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Caminhos diferentes -> objetivos diferentes

Hoje, ao entrar na igreja recebi o boletim semanal – Boletim nº 138 de 13 de março de 2011. Quando comecei a lê-lo uma citação me chamou atenção, entretanto não fora colocada a autoria daquela frase, após o jantar liguei meu computar e resolvi procurar o “desconhecido”autor.  Foi fácil colocar a frase no Google, ele imediatamente a achou.

As religiões são caminhos diferentes, convergindo para o mesmo ponto. Que importância tem seguirmos estradas diferentes, desde que cheguemos ao mesmo objetivo? Não acredito em Deus. Não acredito no Criador. Mas respeito!”

Mahatma Gandhi

Quando descobri que esta frase provinha de Gandhi não me assustei, me assustaria se alguma vez sequer ele tivesse apontado o verdadeiro caminho!

Muitos são os que procuram ludibriar as pessoas e conduzi-las por caminhos estranhos, errados, afirmando que é esta a jornada que levará ao caminho de… De que será? De quem será? Para onde esse (s) caminho (s) realmente levará milhares de pessoas que o(s) segue(m)?

Pela fé que a mim foi dada por intermédio de Jesus Cristo creio que impossível será que em nossas jornadas atingirei o mesmo ponto, o mesmo objetivo.

Nós não chegaremos ao mesmo objetivo, porque em primeiro lugar, o próprio Gandhi  não deseja atingir o mesmo ponto que eu! Caso contrário ele não afirmaria sua descrença em Deus e em Jesus Cristo. O que os  verdadeiros cristãos acreditam e anseiam é alcançar o objetivo de encontrar a Deus e restabelecer a união que a muito foi quebrada.

Em apenas tocar nesse ponto dá para se chegar em um raciocínio lógico que Gandhi e seus seguidores não tem em mente chegar em um mesmo objetivo que os cristãos, por exemplo. Então, como todas as religiões podem ser caminhos diferentes que convergem para o mesmo ponto? Cada religião não verdadeiramente cristã trilha um caminho diferente uma das outras e jamais atingirão o mesmo objetivo.

Vincent Cheung em seu livro Teologia Sistemática responde com propriedade esta afirmação de Gandhi:

Há aqueles que insistem que todas as religiões são essencialmente a mesma coisa. Eles não dizem que todas as crenças de todas as religiões são idênticas, mas que elas são similares o suficiente nos assuntos mais importantes, pelo menos similares a ponto que seja possível religiões diferentes se unirem; que uma religião não deve contestar outra como falsa, e que nenhuma religião deve reivindicar ser exclusivamente verdadeira de uma forma que todas as outras sejam falsas. Eu mencionarei somente alguns problemas desta visão.
É impossível definir religião de modo que se possa incluir ou excluir todos os sistemas de pensamento segundo as preferências das pessoas. Por exemplo, se eu defino religião como “o serviço ou adoração de Deus ou do sobrenatural” 10, então isto pode excluir algumas formas de Budismo. Mas aqueles que dizem que todas as religiões são essencialmente a mesma, provavelmente desejam incluir o Budismo.
Posso mudar a minha definição para “uma causa, princípio ou sistema de crenças sustentado com ardor e fé”, 11 que devesse ser ampla o suficiente para incluir o Budismo, mas então eu não poderia excluir o Comunismo. Outro dicionário dá uma definição possível similar: “qualquer sistema de crenças, práticas, valores éticos, etc.”, 12 e com isto dá o Humanismo como um exemplo. Mas se incluirmos Comunismo e Humanismo como religiões, então devemos também incluir o Totalitarismo e a Democracia. Mas o Comunismo, o Totalitarismo e a Democracia são essencialmente iguais? E são todos eles essencialmente iguais ao Budismo e ao Cristianismo?

Por questões de simplicidade, dei exemplos somente de dicionários. Embora textos sobre a filosofia da religião sejam mais detalhados em suas tentativas de definir religião, seus esforços fracassam em tentar sobrepujar as dificuldades ilustradas. O ponto é que não importa como os nossos oponentes definam religião, a definição será muito estreita ou ampla para o propósito deles — eles irão incluir certos sistemas que eles querem excluir, ou irão excluir certos sistemas que eles querem incluir. A dificuldade existe porque as várias religiões não são essencialmente a mesma; elas contradizem umas às outras em muitos pontos essenciais. A implicação é que todas elas não podem estar corretas, e, portanto, é impossível uni-las. 13 Um propósito mais construtivo seria identificar e clarificar as crenças de cada religião e examinar cada uma em particular a fim de atestar a sua veracidade ou falsidade.”

(CHEUNG, 2003, p. 6)

Referências Bibliográficas:

CHEUNG, Vincent. Oração e Revelação. Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto e  Marcelo Herberts. Editora Monergismo (trabalho original publicado em 2003).

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